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Júri condena ex-deputado do RS por homicídio duplamente qualificado

16/12/2008 | 2623 pessoas já leram esta notícia. | 1 usuário(s) ON-line nesta página

Após 15 horas de sessão, os jurados decidiram, nesta segunda-feira (15/12), condenar advogado e ex-deputado Gudbem Borges Castanheira e seu irmão de criação, Elpídio Teodoro Ferreira, por homicídio duplamente qualificado. Segundo o TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), Gudbem é acusado de ser mandante da morte de Antônio Carlos Moraes Casagrande, e Elpídio, de executar o crime.

Ao fixar a pena de 15 anos de reclusão, o juiz Maurício Alves Duarte considerou elevada a culpabilidade do "advogado, ex-deputado, ex-governador e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas, com plena consciência da ilicitude do ato, utilizando a sua instrução superior para premeditar o crime, valendo-se da sua ascendência familiar, social, intelectual e financeira sobre o executor Elpídio". Já o co-réu, Elpídio foi condenado a 14 anos de prisão.

Ambos cumprirão as penas em regime fechado. Elpídio apelará em liberdade, enquanto Gudbem, já condenado por outro homicídio, apelará preso.

Segundo o MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), o ex-deputado já havia sido condenado no ano passado a 18 anos e seis meses de prisão, pela morte do criminalista Júlio César Serrano, em 2005, no município de Soledade (RS).

Sobre a condenação, o juiz declarou que "a decisão corajosa dos jurados é a prova da justiça e credibilidade das instituições legitimamente constituídas, pois desmistifica a divulgada impunidade, que gozariam as autoridades políticas delinqüentes e os criminosos ricos”.

O crime
O crime aconteceu em 2003, na Câmara Municipal de Vereadores do município de Soledade, onde Elpídio teria disparado tiros contra Antônio Carlos, atingindo-o pelas costas de surpresa, o que dificultou a sua defesa. Gudbem teria permanecido em outra sala da Câmara.

De acordo com a denúncia do MP-RS, o crime teria ocorrido com o fim de silenciar a vítima, que era informante da polícia e possuía informações constrangedoras a respeito de Gudbem, que por sua vez lhe pagava por essas informações.

O julgamento do caso já havia sido adiado duas vezes, por ausência do advogado de defesa.

Terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fonte Última Instância